segunda-feira, 29 de março de 2010

Trilhando um caminho sem volta



Hoje é noite de segunda-feira, o que significa ter aula de LAM (Laboratório Multimídia) no laboratório de informática e, consequentemente, produzir mais conteúdo para este blog que, surpreendentemente, estou adorando manter.

Engraçado como algo que eu sempre tive preguiça, esteja cativando a minha atenção. Talvez seja uma concretização da minha mais companheira mania, que é a de falar sozinha para um público imaginário que ouve e aprecia tudo ávidamente. Bem, cada louco sonha com a grandeza de uma certa forma, não é mesmo?

"Embromations" à parte, vamos ao post de hoje. Enquanto me perguntava sobre o que escrever, pensei em abordar o tema que venho desenvolvendo em minha monografia atualmente, que discorrerá sobre a influência das representações midiáticas na formação de identidades e subjetividades contemporâneas. Com isso em mente, me lembrei de um programa que vi no GNT há algum tempo. O tema era pessoas obesas e seus depoimentos sobre todas as estratégias que já adotaram para tentar se livrar do sobrepeso.

"Nada inusual no tema", você, leitor esperto, deve ter exclamado. Eu concordo. Atualmente, somos soterrados por programas sobre emagrecimento e muitos, com a exibição do "antes" e "depois" dos obesos para distrair mais ainda os telespectadores, transformando tudo, todos e qualquer sofrimento, punição, perversão e privação, em entretenimento. O surpreendente diferencial deste programa, ao meu ver, foi a filha de uma das ex-atuais-futuras obesas, adepta do efeito sanfona. A garotinha, de uns 5 anos, era bem magrinha e espoleta, como a maior parte das crianças de sua idade. A diferença entre ela e as outras é que esta, tão prematuramente, já é lipófoba. Sim, é isso mesmo! A pequerrucha possuía PAVOR de se tornar gorda.

Diga-me você, então, se isso não se deve ao fato d'ela ter nascido, crescido e sido criada em um ambiente rodeado por dietas e frases como "estou gorda", "estou horrível", "preciso emagrecer". Querendo ou não, por mais que pensemos que as crianças são inocentes, elas também são curiosas e absorvem conhecimento com extrema rapidez.
Esta menina, devido a algo que psicólogos talvez chamassem de Behavorismo, foi condicionada à associar gordura à infelicidade, pois, sua mãe, solteira no momento, vivia tentando se modificar e, quem sabe assim, ter mais sucesso em arrumar um namorado e adentrar os mais diversos nichos sociais pretendidos.

O que foi mais inacreditável foi ver a garotinha fazendo ginástica e recusando comida no café da manhã, dizendo que só come gelatina ou maçã, pois, assim, SABE que não engordará. Quando perguntaram a ela se gostava de balas e chocolates, como qualquer criança, ela respondeu que não, pois isto engorda.

Agora, fecho este post com duas perguntas (explicitamente) retóricas:

1 - Será mesmo que as representações midiáticas de beleza associada à magreza e felicidade associada à beleza, não nos influenciam, a todos, o tempo todo?

2 - Quais idéias distorcidas e errôneas estamos transmitindo (midiáticamente ou culturalmente) às nossas crianças?!
É tempo de corrigir este mal. Torço para que a mãe desta menina ainda consiga reverter o estrago causado.

segunda-feira, 22 de março de 2010



Como preencher os "vazios" midiáticos? Com uma boa pá de futilidade!

Pensando no tópico de hoje, me veio a dúvida: sobre o que escrever? Qual assunto seria pertinente à atualidade e, concomitantemente, à mídia e ao temido "padrão de beleza" que permeia meus estudos e este blog?!

Não sei por que, mas, me veio à mente a celulite. Sim, a celulite! Não ria ainda, caro leitor, pois você há de entender o meu raciocínio.

A celulite e uma das maiores inimigas das mulheres e vilã mais poderosa se o assunto é estar bonita e, por que não (desculpem-me o termo chulo), "gostosa". Esses furinhos tão eficazes em derrubar auto-estimas e fazer as suas vítimas fugirem do espelho, costumam ser escondidas a sete chaves e debaixo de muito tecido opaco. Mesmo sendo um tópico rejeitado por qualquer mulher da Terra, a celulite permeia o conteúdo de 10 entre 10 sites que falem sobre boa forma ou sobre o universo feminino.

Por quê dar tanta atenção a ela?!?

Segundo a modelo Ana Claudia Michels, "é muita falta de assunto!" e, diga-se de passagem, a Ana entende do assunto. Infelizmente, a beldade das passarelas tornou-se grande alvo de reportagens após ter tido algumas míseras colegas redondinhas apontadas em seu bumbum, no desfile que fez no Fashion Rio, em 6 de junho de 2009.

Vamos falar sério, quem é que vê aquele mulherão de quase um metro e oitenta e vai reparar se ela tem celulite?! Excluindo as mulheres invejosas, só a mídia, meu caro! Essa nação de fofoqueiros de plantão.

Para lançar um furo de reportagem, a mídia ocupou-se em espalhar notícias maldosas sobre os furos da modelo. Ok, ok, péssimo o trocadilho! Pior ainda, só essa futilidade toda lançada aos quatro ventos. O que mais me choca é que, ao ficar sabendo das reportagens, o acessor da modelo a procurou para saber como ela estava se sentindo e se isso a havia abalado. É, realmente a vida social e pessoal de alguém morre quando se descobrem as suas celulites! Pobre Ana Claudia Michels! (modo irônico: on)

Futilidade, ah, a futilidade!!

Me pergunto qual a razão que faz com que estas notícias tão vazias percorram os caminhos mais inimagináveis e imprevisíveis do globo. Será talvez, um gostinho que nós, reles mortais, aprendemos a ter quando vemos que debaixo de toda a maquiagem e produção, os bonitões e bonitonas da TV são como nós? A crueldade com os seres "perfeitos" nos faz sentir melhor com nossas imperfeições?

Pode ser.

Pensei em terminar este post dizendo a todos vocês que parem de se ocupar com bobagens como celulites e vão enriquecer sua cultura, mas, vou terminar de forma coerententemente superficial e dizer que quem quiser ler mais sobre a Ana Claudia Michels, (ou ver as tais celulites) acesse o:
Ana Michels

Se caso você encontrar as danadinhas, boa visão a sua! Eu não encontrei nenhuma.

terça-feira, 16 de março de 2010


Narciso: morto pela própria vaidade...

Não difere muito de todos aqueles vitimados por distúrbios alimentares, uso abusivos de medicações e cirurgias plásticas mal empregadas, práticas e costumes tão habituais no mundo contemporâneo.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Desde a década de 1960, a sociedade tem instituído uma verdadeira prática de culto ao corpo, transformando-o em objeto de desejo incorporado às grandes indústrias. A publicidade coloca a mulher em relação direta com o mercado de consumo, gerando a urgência do perfeito e do belo como padrão vigente.

O objetivo da presente pesquisa é verificar qual o papel dos “seres comuns” em um mundo onde a beleza é imperativa e impõe regras: ou se acolhe este padrão moderno de beleza ou se vive à margem da sociedade e felicidade.

Pretende-se averiguar se essa fuga aos padrões é realmente possível e qual é sua aceitação. Para tanto, toma diversas leituras como referência, assim como análise de vídeos-propagandas que utilizem uma linguagem diferenciada.


PALAVRAS-CHAVE: Padrão de beleza, representações sociais, consumo, publicidade